quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Muito obscuro, viu?

Quando me dei conta, estava em algum lugar totalmente escuro, sem qualquer vestígio de luz. Não enxergava nada além das minhas mãos, que com elas, naquele momento eu não sabia ao certo o que fazer. Procurei, me virei, tentei abrir os olhos mais uma vez e avistar algo, algum ponto ou sinal que pudesse me guiar, mas novamente não enxerguei nada. Por um instante era só eu, meus pensamentos, aquilo que eu não encontro formas de traduzir para o mundo tangível, e as coisas que, se eu explicasse, não fariam sentido a ninguém. Ao menos penso que não, pois se fizer, espero que encontre essa pessoa, ou essa coisa que converge ao mesmo tempo e no mesmo lugar que eu.
Deixando de lado a tal busca da identidade pessoal que todos dizem estar passando, naquele instante eu estava me deparando com uma bifurcação invisível. Mais que isso, eram muitos caminhos a escolher, mas não podia enxerga-los de fato, toca-los, testa-los para ter a certeza de que o escolhido iria me levar algum lugar concreto. Para complicar, não havia nenhum instrumento para me auxiliar na insistente fuga. Talvez eu não devesse fugir, ou talvez a busca pela "coisa" de comum conversão toma o lugar dessa fuga. Em tal obsessão, fui criando em minha mente um universo paralelo ao tal breu, onde eu não consegui enxergar nada, mas era capaz de sentir um ar mais denso, onde poderia moldar um viés alternativo aos padrões que vieram me seguindo até aquela escuridão, mas não foi isso que foi capaz de iluminar qualquer trajeto.
Por algum tempo isso tomou conta da minha mente, dividindo espaço com as ideias megalomaníacas de uma viagem inteira, que me remeteram ao lugar que estou agora. Neste mesmo espaço, também estão as informações e sentimentos que eu fui absorvendo nesta mesma viagem, os quais eu também tenho que traduzir, as vezes para que alguém entenda, mas principalmente para que o que eu absorvi interaja com os universos que eu anunciei criar. E é ai que está o problema, lidar com isso.